A CNI reprovou a oferta de Talgo devido a ligações com a Rússia e a extrema direita da Hungria

O governo espanhol justificou a vetar operação de compra de 100% da ferrovia do Talgo -avaliado em 619 milhões de euros- com base em relatórios do Centro Nacional de Inteligência (CNI) e Segurança Nacional. Neles, foi alertado sobre o conexão russa presente entre o grupo empresarial húngaro Ganz-Mavagque estava licitando a aquisição, eu a extrema direita do país da Europa Central. À medida que progrediu O país esta mesma quarta-feira, o conselho de ministros desta terça-feira analisou toda a documentação recolhida pelo Conselho de Investimento Estrangeiro (Jinvex) e então decidiu interromper a importante operação. Mais cedo, na segunda-feira, teria havido uma reunião decisiva do Conselho de Segurança Nacional. Como confirmaram diversas fontes ao referido jornal o Ministro da Presidência Félix Bolañosteria liderado a reunião, que também contou com a presença de vários ministros como o primeiro vice-presidente, Maria Jesus Montero; o Ministro das Relações Exteriores, José Manuel Albaresou o Ministro da Defesa, Margarida Robles

Alto burburinho político e empresarial, mas… O que está por trás disso?

O não à oferta, também com base no proteção de interesses estratégicos para a Espanha, gerou muito buzz em termos de impacto político, mas também empresarial. Apesar disso, a verdade é que ele fez um ano e meio que a CNI seguiu o caminho da Ganz-Mavag, mesmo antes de os húngaros certificarem a sua oferta pública de aquisição (opa) na ferrovia há mais de cinco meses, em 7 de março. Desde então descobriram que membros proeminentes da empresa húngara têm ligações com o ultraconservador primeiro-ministro húngaro Viktor Orbánrelações institucionais que também existem na estrutura corporativa passada e futura da Ganz-Mavag.

Além disso, o escritório está estruturado em forma de consórcio e está dividido em duas partes. Um, de 45%, corresponde à Corvinus International Investment, um fundo de investimento estatal de propriedade do Ministério da Economia de Orbán. O outro, 55%, pertence à companhia ferroviária da Hungria, Vagão Magiar. Em troca, a empresa teria estabelecido relações com a russa Transmashholding (THM) antes da invasão da Ucrânia. Mas na sequência das sanções impostas pelos Estados Unidos e pela Europa às empresas russas, ele teria abandonado a sua participação, como defendeu a face visível do projecto húngaro no Estado desde que foi anunciada a intenção de fazer uma oferta pública de aquisição, András Tombor.

O sistema rodoviário que permite cruzar fronteiras, um “risco intransponível”

Porém, segundo relatórios de inteligência, declarados como informação confidencial pela Moncloa, o THM e a empresa interessada no Talgo ainda manteriam conversações informais e esse suposto rompimento de relações nada mais seria do que inventar o que poderá colocar em risco a segurança do Estado, especialmente no contexto da invasão da Ucrânia. A tecnologia crítica da Talgo, como o sistema automático de mudança de faixa que permite cruzar fronteiras entre paísesé considerado estratégico e que a possibilidade de o Kremlin ter acesso a ele poderia facilitar a logística militar no conflito atual. Além disso, a Rússia tem equipamentos da ferrovia espanhola pendentes de manutenção, que não conseguiu atualizar devido às sanções em Moscou.

Apesar de tudo, Tombor sustentou que estes contactos pontuais correspondem a encerramentos de entregas já acordadas. No campo pessoal, no currículo de Tombor está listado como tendo trabalhado para o primeiro-ministro húngaro de 1998 a 2022.

O ministro da Economia sublinhou terça-feira que Talgo faz parte de um setor “chave para a segurança económica, a coesão territorial e o desenvolvimento industrial”. Cuerpo destacou ainda que a “análise detalhada” realizada pela CNI e pela Segurança Nacional “determinou que o a autorização desta operação implicaria riscos intransponíveis para a segurança nacional e a ordem pública”. No relatório, conforme relatado pelas fontes consultadas, também é revelado como nomes proeminentes da empresa húngara pressionaram os sindicatos e o executivo basco.

Sala de frente de uma batalha legal liderada por uma empresa catalã

Quanto a Ganz Mavag, já anunciaram que a sua equipa jurídica está a preparar a resposta relevante, que será apresentada tanto nas autoridades espanholas como na Comissão Europeia (CE) assim que receberem a notificação oficial da decisão do governo presidido por Pedro Sanches. Conforme detalhado por fontes da empresa, um O paísa medida do executivo não os apanhou de surpresa e há semanas que contemplam um cenário de bloqueio para preparar o terreno para a resposta jurídica, assessorado pelo escritório de advocacia de Barcelona Garrigues desde o início Entretanto, a Talgo continuará a operar nas suas fábricas de Rivabellosa (Álava) e Las Matas (Madrid).

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