José Rull não continuará como presidente do conselho nacional de junto tendo em vista o congresso agendado para o final de outubro. Foi um cenário planejado, mas até esta quarta ele não confirmou pessoalmente em entrevista ao programa Rádio El Matí da Catalunha. A decisão, motivada pelo facto de desde 10 de junho presidir Parlamentoé relevante na medida em que deixa uma lacuna numa posição que pode ser uma saída para Laura Borras caso, como todos antecipam, ela seja destituída da presidência de Junts por Carlos Puigdemont. Borràs, à frente do partido desde 2022, vem perdendo peso gradativamente. Há também a opção, segundo fontes do partido, de ela acabar sendo vice-presidente.
Rull, no decorrer da entrevista, antecipou que o congresso serviria para consolidar organicamente a liderança de Puigdemont, que há dois anos se afastou da presidência do partido para focar – como se justificou na época – no Conselho da República. Com o tempo, porém, não perdeu um pingo de influência nas decisões, e o facto de ter sido candidato plenipotenciário nas eleições catalãs de 12 de maio, nas quais ficou em segundo lugar, antecipa que regressará à liderança. E que, durante a campanha, tinha dito que abandonaria a primeira linha política se não pudesse ser presidente da Generalitat. Na verdade, ele está agora a considerar liderar a oposição com um Governo paraleloà medida que avançava nação.
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Uma dissecação selvagem do poder
Jordi Turull, como secretário-geral, é indispensável para Puigdemont – acompanhou-o na incursão na Catalunha -, actua como interlocutor do PSOE e controla a gestão quotidiana do partido com David Saldoni na posição de assistente. “Se em algum momento as pessoas com ideias semelhantes em Borràs puderem ser deslocadas, será agora”, disse um líder consultado há algumas semanas. A mesma voz, com ascendência interna, sustentou que o ex-presidente do Parlamento conhecia “poucos” detalhes sobre o regresso de Puigdemont. “Agora trata-se de fortalecer o partido”, afirma outra fonte do partido. Borràs, na divisão com Turull em 2022, teve duas vice-presidências relacionadas: Francisco de Dalmases eu Aurora Madaula.
Dalmases teve que desistir após episódio de intimidação a jornalista durante programa Perguntas frequentes da TV3, e Madaula tinha uma relação particularmente complexa com colegas de grupo parlamentar devido a um caso de alegado assédio que foi encerrado com um acordo interno. Não se repetiu nas listas das últimas eleições – Dalmases esteve lá, com lugar novamente como uma das últimas deputadas escolhidas por Barcelona -, e é dado como certo que não continuará como vice-presidente de Junts. Quem tem opções para repetir é José Riosda maior confiança de Puigdemont, e Anna Erra. Albert Batet ele continua como presidente do grupo na Câmara enquanto espera que o líder exilado assuma o assento.
Antes do último congresso, Borràs era uma voz forte dentro do partido. A tal ponto que sobrevoou a possibilidade de um confronto aberto com Turull, com quem acabou acertando uma lista de 50% com ela como presidente e ele como secretário-geral. Borràs conseguiu colocar David Torrenteschefe de fileiras do partido a Badalonaonde Junts não tem representação na prefeitura, como secretário de organização. Não foi fácil, porque a princípio a militância anulou a nomeação e foi necessária uma consulta específica para ratificá-la. Turull, em todos os momentos, priorizou a unidade interna, mesmo que isso causasse desconforto entre os setores mais distantes de Borràs.